segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Lógica Aristotélica

A lógica introduzida por Aristóteles (384-322 a.C.), e que foi posteriormente sistematizada, na idade média. Foi a única lógica conhecida no ocidente até ao advento da lógica clássica, já no séc. XIX. Trata-se de uma lógica que trabalha unicamente com quatro formas lógicas: 1) universais afirmativas ("Todo o A é B"; exemplo: "Todo o homem é mortal"); 2) universais negativas ("Nenhum A é B"; exemplo: "Nenhum deus é mortal"); 3) particulares afirmativas ("Alguns A são B"; exemplo: Alguns homens são baixos"); e 4) particulares negativas ("Alguns A não são B"; exemplo: "Alguns homens não são baixos"). A lógica aristotélica compreende duas partes: a teoria da conversão, que estuda argumentos com uma única premissa (como "Alguns homens são franceses; logo, alguns franceses são homens"), e a teoria do silogismo, que estuda argumentos com duas premissas (como "Todas as aves têm penas; todos os pardais são aves; logo, todos os pardais têm penas"). Aristóteles explicitou as relações lógicas entre as quatro formas lógicas do seu sistema, distinguindo a relação de consequência lógica (subalternidade ou implicação), a relação de contradição e a de contraditoriedade (ver quadrado de oposição). Apesar de constituir um genial monumento intelectual, a lógica aristotélica é muito restrita, carece de um fragmento proposicional (ver cálculo proposicional), aplica-se unicamente a classes que não sejam vazias, a sua aplicação à linguagem e pensamento correntes é limitadíssima e não estabelece regras de inferência válida (as chamadas "regras do silogismo" não são realmente regras de inferência, mas proibições ad hoc.). O seu interesse é hoje em dia meramente histórico. DM
Murcho, Desidério, O Lugar da Lógica na Filosofia, cap. 6 (Lisboa: Plátano, 2003).