A lógica introduzida por Aristóteles (384-322 a.C.), e
que foi posteriormente sistematizada, na idade média. Foi a única lógica
conhecida no ocidente até ao advento da lógica clássica, já no séc.
XIX. Trata-se de uma lógica que trabalha unicamente com quatro formas
lógicas: 1) universais afirmativas ("Todo o A é B"; exemplo: "Todo o
homem é mortal"); 2) universais negativas ("Nenhum A é B"; exemplo:
"Nenhum deus é mortal"); 3) particulares afirmativas ("Alguns A são B";
exemplo: Alguns homens são baixos"); e 4) particulares negativas
("Alguns A não são B"; exemplo: "Alguns homens não são baixos"). A
lógica aristotélica compreende duas partes: a teoria da conversão, que
estuda argumentos com uma única premissa (como "Alguns homens são
franceses; logo, alguns franceses são homens"), e a teoria do silogismo,
que estuda argumentos com duas premissas (como "Todas as aves têm
penas; todos os pardais são aves; logo, todos os pardais têm penas").
Aristóteles explicitou as relações lógicas entre as quatro formas
lógicas do seu sistema, distinguindo a relação de consequência lógica
(subalternidade ou implicação), a relação de contradição e a de
contraditoriedade (ver quadrado de oposição). Apesar
de constituir um genial monumento intelectual, a lógica aristotélica é
muito restrita, carece de um fragmento proposicional (ver cálculo proposicional),
aplica-se unicamente a classes que não sejam vazias, a sua aplicação à
linguagem e pensamento correntes é limitadíssima e não estabelece regras
de inferência válida (as chamadas "regras do silogismo" não são
realmente regras de inferência, mas proibições ad hoc.). O seu interesse é hoje em dia meramente histórico. DM
Murcho, Desidério, O Lugar da Lógica na Filosofia, cap. 6 (Lisboa: Plátano, 2003).