domingo, 13 de março de 2011

Conhecimento vulgar e Conhecimento Científico

Ficha de trabalho
Disciplina: Filosofia
Tema - Estatuto do Conhecimento Científico – os diferentes modos de conhecer e os níveis de conhecimento
Ano/turma: 11º
Professor: M.V.F.
Data: 13-03-11

Conhecimento vulgar e Conhecimento Científico

«Ao passarmos de ideias elementares para as ideias abstractas, de juízos superficiais a outros mais profundos, fazemos a passagem da aparência das coisas para a sua realidade. Ao considerar o conhecimento, devemos fazer sempre uma distinção entre aparência e realidade – entre os fenómenos particulares que são imediatamente evidentes à observação e os processos ocultos, interconexões e leis que se manifestam nas aparências e estão na base dos factos observados. A tarefa de conhecer as coisas é sempre avançar das aparências para a realidade, assim como conseguir saber mais acerca do movimento real e interconexões das coisas, manifestas na sua existência particular e modo aparência.

Cornford, Materialismo Dialéctico.

1. Tendo presente o conteúdo do texto, elabore uma reflexão onde torne evidentes as diferenças entre o conhecimento vulgar e conhecimento científico.

2 comentários:

  1. O conhecimento sempre foi o objecto de estudo da filosofia, a sua origem, natureza e possibilidade, no entanto, o conhecimento não pode ser apenas aplicado nela. O ser humano tem a necessidade de comunicar, conhecer e é aí que entra o conhecimento vulgar.

    No nosso quotidiano, o conhecimento vulgar está sempre presente. Comunicamos, olhamos e conhecemos o que nos está acessível ao nível dos sentidos. Vemos, tocamos, cheiramos e atribuímos características qualitativas a tudo com o que contactamos. Vivemos de aparências, sem espírito crítico activo, pronto a questionar-se, mas que diferença faz? O que é para nós a realidade? O que vemos! Então, para quê questionar, para quê "perder tempo"? Vivemos na mesma!

    Por outro lado, o conhecimento científico não se deixar seduzir pelas aparências, mas também não as deixa de parte, pois é a partir delas que investiga, que conclui, que encontra um método para explicar o mundo. No entanto, este conhecimento deixa de parte opiniões e parte para as provas, baseando-se no espírito crítico dos indivíduos. Passamos a estabelecer conexões entre as aparências, a tentar perceber o oculto, para tentar conhecer a realidade. Assim, um cientista terá que deixar de parte todos os dogmas, todas as crenças, para que o seu pensamento e os seus estudos sejam o mais objectivos possível.

    Portanto, vivemos constantemente na presença do conhecimento vulgar e do conhecimento científico, pois partimos das aparências para procurar a realidade e procuramos a realidade para explicar as aparências...


    Fábio Azevedo 1102

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  2. Como já foi referido num comentário anterior, o conhecimento sempre foi e sempre será o objecto de estudo da filosofia.

    O conhecimento vulgar é fundamental para a nossa vida no dia-a-dia. Embora seja construído de forma imediata e espontânea e baseado sobretudo nos dados sensoriais, o conhecimento vulgar, ou também conhecido por senso comum, serve para resolvermos os problemas mais práticos que nos vão surgindo todos os dias, mas também para orientarmos a nossa vida. Como é fácil concluir, é certo e óbvio que este conhecimento não nos dá uma explicação, nem muito menos nos permite uma compreensão objectiva da realidade, mas para vivermos de forma quotidiana é certo que não precisamos de qualquer explicação ou compreensão.

    Por outro lado, o conhecimento científico requer outras necessidades. Em contrapartida ao conhecimento vulgar, o conhecimento científico não é construído de forma imediata e espontânea e também não se baseia nos dados sensoriais.
    Apesar de não se basear nos dados sensoriais, o conhecimento científico não ignora esses mesmos dados, pois serão eles que servirão como ponto de partida para conseguir dar explicações acerca da realidade, bem como uma compreensão objectiva da realidade. Conclui-se então, que o conhecimento científico é um processo metódico do conhecimento que, a partir de dados sensoriais chega a uma explicação e a uma compreensão objectiva de determinado objecto.

    Então, resumidamente, o conhecimento vulgar, ou senso comum, é um conhecimento ametódico, construído de forma imediata e espontânea através da especialização da inteligência no particular e no concreto, é sempre subjectivo e é essencialmente um conhecimento prático e funcional no quotidiano. Por outro lado, o conhecimento científico, é um conhecimento que procura sempre demonstrar o que afirma, não é imediato nem espontâneo, o que o torna mais objectivo e rigoroso, e requer sempre um método para explicar e compreender, daí a ser considerado um conhecimento sistemático.

    Ricardo Bertolucci 1102

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